Tópico especial: Música + Filme
Quando eu era adolescente, ouvia heavy metal (agora já não gosto! ) e comprei o vinil duplo de 1987 "...And justice for all", cuja minha canção preferida era mesmo esta faixa do "One". Na verdade até comprei a T-shirt semelhante à imagem acima, na loja do metro da Avenida.
Nesta altura onde ainda não tinham surgido os canais 3 e 4 (SIC e TVI), e muito menos a TV Cabo experimental, haviam uns "miúdos ricos" que tinham uma antena parabólica... bastava um desses miúdos gravar um teledisco numa cassete VHS, que depois a "rapaziada pobre" lá juntava dois gravadores de VHS (levávamos o nosso aparelho VHS escondido na mochila à casa do amigo durante a tarde, enquanto o pai estava no trabalho ). E foi assim que vi o teledisco seguinte, gravado no "Super Channel" de satélite britânico:
Desde que no início da década de 1990, vi esses excertos do filme misterioso que surge no teledisco dos Metallica, que fiquei curioso em o ver, e só passadas duas décadas é que o vi há uns dois ou três anos atrás.
https://en.wikipedia.org/wiki/Johnny_Got_His_Gun
Fiz agora este excerto do filme, em que a enfermeira tenta matar o soldado (eutanásia), o padre católico não se mete, mas um fanático psicopata militar condena o soldado ao inferno em vida. É uma cena poderosa e profunda a nível filosófico, social e ético:
Comentários
O filme, que foi premiado em Cannes, tem um problema para mim, pois além das partes boas e lógicas, contém elementos do cinema pseudo-intelectual, conceito que não aprecio. Basicamente o filme alterna entre fotografia a cores e a preto e branco.
As cenas a cores são devaneios pseudo-intelectuais da corrente de cinema do Surrealismo com o soldado a imaginar coisas sem nexo, com o actor Donald Sutherland a fazer de "Jesus Christ Superstar" e outras macacadas, embora algumas cenas a cores também incluam as recordações de infância normais do soldado.
Já as cenas a preto e branco são a parte jeitosa e lógica do filme, com o drama do soldado atingido por um cartucho de artilharia na Primeira Guerra Mundial, que ficou sem braços, pernas, ouvidos, voz e olhos, que comunica em código morse, ao abanar a cabeça a implorar para que o matem (eutanásia).
Como sabem, a eutanásia apenas é permitida recentemente num ou outro país europeu como a Holanda ou Bélgica (assim de repente não sei qual deles é) e existem doentes terminais portugueses que viajam até lá para poderem morrer, pois o estado/governo de Portugal comporta-se como o oficial fanático do clip que criei. Eu tive uma tia-avó que sofreu um AVC na zona do cérebro que controla a parte motora, e a desgraçada da senhora esteve dois anos paralisada e incomunicável (pior do que o soldado desta história que ainda abanava a cabeça), a ser alimentada por um tubo pela garganta abaixo. Qualquer um de nós pode sofrer um AVC que nos deixa paralisados e incomunicáveis... se me calhar a mim quero eutanásia... O azar é que a nossa geração não conhece o código morse, mas ao menos sei código binário...
Notas
Pois... este post não foi nenhuma critica ou apresentação do filme. Mas lancei pelo menos três tópicos para vocês comentarem...
a) Música dos Metallica
b) Conceito filosófico da eutanásia
c) O filme em si
...de entre outros possíveis.
Quando eu era adolescente, ouvia heavy metal (agora já não gosto! ) e comprei o vinil duplo de 1987 "...And justice for all", cuja minha canção preferida era mesmo esta faixa do "One". Na verdade até comprei a T-shirt semelhante à imagem acima, na loja do metro da Avenida.
Nesta altura onde ainda não tinham surgido os canais 3 e 4 (SIC e TVI), e muito menos a TV Cabo experimental, haviam uns "miúdos ricos" que tinham uma antena parabólica... bastava um desses miúdos gravar um teledisco numa cassete VHS, que depois a "rapaziada pobre" lá juntava dois gravadores de VHS (levávamos o nosso aparelho VHS escondido na mochila à casa do amigo durante a tarde, enquanto o pai estava no trabalho ). E foi assim que vi o teledisco seguinte, gravado no "Super Channel" de satélite britânico:
Desde que no início da década de 1990, vi esses excertos do filme misterioso que surge no teledisco dos Metallica, que fiquei curioso em o ver, e só passadas duas décadas é que o vi há uns dois ou três anos atrás.
https://en.wikipedia.org/wiki/Johnny_Got_His_Gun
Fiz agora este excerto do filme, em que a enfermeira tenta matar o soldado (eutanásia), o padre católico não se mete, mas um fanático psicopata militar condena o soldado ao inferno em vida. É uma cena poderosa e profunda a nível filosófico, social e ético:
Comentários
O filme, que foi premiado em Cannes, tem um problema para mim, pois além das partes boas e lógicas, contém elementos do cinema pseudo-intelectual, conceito que não aprecio. Basicamente o filme alterna entre fotografia a cores e a preto e branco.
As cenas a cores são devaneios pseudo-intelectuais da corrente de cinema do Surrealismo com o soldado a imaginar coisas sem nexo, com o actor Donald Sutherland a fazer de "Jesus Christ Superstar" e outras macacadas, embora algumas cenas a cores também incluam as recordações de infância normais do soldado.
Já as cenas a preto e branco são a parte jeitosa e lógica do filme, com o drama do soldado atingido por um cartucho de artilharia na Primeira Guerra Mundial, que ficou sem braços, pernas, ouvidos, voz e olhos, que comunica em código morse, ao abanar a cabeça a implorar para que o matem (eutanásia).
Como sabem, a eutanásia apenas é permitida recentemente num ou outro país europeu como a Holanda ou Bélgica (assim de repente não sei qual deles é) e existem doentes terminais portugueses que viajam até lá para poderem morrer, pois o estado/governo de Portugal comporta-se como o oficial fanático do clip que criei. Eu tive uma tia-avó que sofreu um AVC na zona do cérebro que controla a parte motora, e a desgraçada da senhora esteve dois anos paralisada e incomunicável (pior do que o soldado desta história que ainda abanava a cabeça), a ser alimentada por um tubo pela garganta abaixo. Qualquer um de nós pode sofrer um AVC que nos deixa paralisados e incomunicáveis... se me calhar a mim quero eutanásia... O azar é que a nossa geração não conhece o código morse, mas ao menos sei código binário...
Notas
Pois... este post não foi nenhuma critica ou apresentação do filme. Mas lancei pelo menos três tópicos para vocês comentarem...
a) Música dos Metallica
b) Conceito filosófico da eutanásia
c) O filme em si
...de entre outros possíveis.