Welt am Draht / O Mundo no Arame
Título original: Welt am Draht
Título português: O Mundo no Arame
Data de lançamento: 14 de Outubro de 1973 (República Federal Alemã) / 17 de Novembro de 2011 (Portugal)
Realizador: Rainer Werner Fassbinder
Género(s): Ficção Científica
Duração: 204 min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0070904/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Welt_am_Draht
Sinopse:
Adaptação cinematográfica da obra de literatura Simulacron-3, escrita em 1964 por Daniel F. Galouye. Num futuro próximo, é criada uma simulação de uma cidade virtual na memória RAM de uma rede de super computadores, povoada por unidades de inteligência artificial.
Trailer:
Excerto com cinematografia imersiva (rotação de câmera):
Excerto com retro-futurismo (discoteca):
Curiosidades (livro):
Capa do livro de 1964.
Daniel F. Galouye (1920-1976) - Escritor norte-americano de ficção científica.
Ficção científica filosófica pura e dura, com contornos de policial de film noir.
Este filme é uma preciosidade da ficção científica, que explora um dos grandes mistérios da ciência. O que é a consciência? Será que uma réplica do cérebro, feita por software, cria o estado de consciência e emoções? E se for um computador biológico, com componentes orgânicos idênticos aos neurónios? Daqui a uns séculos ou milénios, a malta do futuro irá saber a resposta, mas para já temos este filme.
Este livro Simulacron-3 teve duas adaptações cinematográficas, a segunda adaptação é mais conhecida em Portugal, é o The Thirteenth Floor (1999), cuja cassete VHS cheguei a alugar no clube de video. A versão de 1999, embora sendo um co-produção Alemanha-EUA, e sendo também um bom filme que de certa forma tentou escapar às fortes restrições do sistema/formato de Hollywood, tem apenas 100 minutos de duração, e tem uma abordagem simples de Thriller, inapropriada para adaptar a história do livro.
Curiosamente o The Thirteenth Floor perdeu o prémio Saturn para o filme Matrix, e esse então é um filme de karaté, que de ficção científica filosófica tem muito pouco. Na verdade o Welt am Draht está para o The Thirteenth Floor, assim como o The Thirteenth Floor está para o Matrix, em termos de ficção científica filosófica pura e dura.
O problema da adaptação de 1999, é a contaminação do cinema europeu pelo formato de Hollywood, que com a curta duração de 100 minutos, usa o tema base do filme apenas como twist do final. Na versão de 1973 o tema base é logo apresentado na primeira metade do filme, que é quando a personagem principal se apercebe que a realidade dele, é também uma simulação criada numa realidade superior, e por isso temos toda uma segunda parte, com amplo espaço para discussões filosóficas e científicas, e essa é a riqueza mais importante do filme e da história, com os seus 204 minutos de duração.
Como exemplo na imagem seguinte, numa reunião de alto nível, o cientista pergunta a um dos board members, se ele acha que o cigarro que está a fumar existe.
E nesta outra imagem, o cientista tenta convencer um colega da descoberta dele:
Este filme tem personagens credíveis, que reagem de forma lógica, por exemplo a beber e a fumar compulsivamente, como forma de lidar com o stress de situações extremas. A imagem seguinte ilustra este realismo. Considero isto mais natural, do que em certos filmes, em que o personagem se torna psicótico ou religioso. De qualquer forma esta cena em questão está muito bem feita, percebe-se pelas garrafas de cerveja vazias, e pela má disposição com o acender do último cigarro, que ele apaga logo de seguida. Simples e eficaz.
A nível de visual o filme mistura designs futurísticos, com designs retro, por exemplo este é um carro da polícia:
Todo o filme tem uma cinematografia fantástica, com tracking shots, perspectiva em 1ª pessoa, filmagem imersiva, rotação de câmera, forte utilização de espelhos, etc. e sempre com um ambiente europeu. Vou colocar algumas imagens com bom trabalho de câmera.
Perspectiva em 1ª pessoa.
Utilização de espelhos.
Encenação circular e rotação de câmera.
Sala autêntica de super computadores da IBM, com agradecimento nos créditos do filme.
Tracking shot, espelhos e utilização de locais genuínos como o Hotel Palácio em Versalhes, com agradecimento no final do filme.
Eu gostei bastante deste filme, e não sou o único, pois foi restaurado pela Criterion. Acho que mesmo a malta que gosta do karaté do Matrix, pode também gostar desta abordagem filosófica, uma coisa não invalida a outra...
O filme é também uma espécie de policial film noir com visual cyber punk, mas não é ao estilo do Blade Runner, aqui é mais ao estilo de mistério do Poirot.
Não me cabe a mim recomendar ou não o filme, porque os meus gostos em cinema são estranhos, e este filme é tão original, que não posso prever a reação das outras pessoas. Apenas posso dizer que adorei o filme.
Título original: Welt am Draht
Título português: O Mundo no Arame
Data de lançamento: 14 de Outubro de 1973 (República Federal Alemã) / 17 de Novembro de 2011 (Portugal)
Realizador: Rainer Werner Fassbinder
Género(s): Ficção Científica
Duração: 204 min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0070904/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Welt_am_Draht
Sinopse:
Adaptação cinematográfica da obra de literatura Simulacron-3, escrita em 1964 por Daniel F. Galouye. Num futuro próximo, é criada uma simulação de uma cidade virtual na memória RAM de uma rede de super computadores, povoada por unidades de inteligência artificial.
Trailer:
Excerto com cinematografia imersiva (rotação de câmera):
Excerto com retro-futurismo (discoteca):
Curiosidades (livro):
Capa do livro de 1964.
Daniel F. Galouye (1920-1976) - Escritor norte-americano de ficção científica.
Ficção científica filosófica pura e dura, com contornos de policial de film noir.
Este filme é uma preciosidade da ficção científica, que explora um dos grandes mistérios da ciência. O que é a consciência? Será que uma réplica do cérebro, feita por software, cria o estado de consciência e emoções? E se for um computador biológico, com componentes orgânicos idênticos aos neurónios? Daqui a uns séculos ou milénios, a malta do futuro irá saber a resposta, mas para já temos este filme.
Este livro Simulacron-3 teve duas adaptações cinematográficas, a segunda adaptação é mais conhecida em Portugal, é o The Thirteenth Floor (1999), cuja cassete VHS cheguei a alugar no clube de video. A versão de 1999, embora sendo um co-produção Alemanha-EUA, e sendo também um bom filme que de certa forma tentou escapar às fortes restrições do sistema/formato de Hollywood, tem apenas 100 minutos de duração, e tem uma abordagem simples de Thriller, inapropriada para adaptar a história do livro.
Curiosamente o The Thirteenth Floor perdeu o prémio Saturn para o filme Matrix, e esse então é um filme de karaté, que de ficção científica filosófica tem muito pouco. Na verdade o Welt am Draht está para o The Thirteenth Floor, assim como o The Thirteenth Floor está para o Matrix, em termos de ficção científica filosófica pura e dura.
O problema da adaptação de 1999, é a contaminação do cinema europeu pelo formato de Hollywood, que com a curta duração de 100 minutos, usa o tema base do filme apenas como twist do final. Na versão de 1973 o tema base é logo apresentado na primeira metade do filme, que é quando a personagem principal se apercebe que a realidade dele, é também uma simulação criada numa realidade superior, e por isso temos toda uma segunda parte, com amplo espaço para discussões filosóficas e científicas, e essa é a riqueza mais importante do filme e da história, com os seus 204 minutos de duração.
Como exemplo na imagem seguinte, numa reunião de alto nível, o cientista pergunta a um dos board members, se ele acha que o cigarro que está a fumar existe.
E nesta outra imagem, o cientista tenta convencer um colega da descoberta dele:
Este filme tem personagens credíveis, que reagem de forma lógica, por exemplo a beber e a fumar compulsivamente, como forma de lidar com o stress de situações extremas. A imagem seguinte ilustra este realismo. Considero isto mais natural, do que em certos filmes, em que o personagem se torna psicótico ou religioso. De qualquer forma esta cena em questão está muito bem feita, percebe-se pelas garrafas de cerveja vazias, e pela má disposição com o acender do último cigarro, que ele apaga logo de seguida. Simples e eficaz.
A nível de visual o filme mistura designs futurísticos, com designs retro, por exemplo este é um carro da polícia:
Todo o filme tem uma cinematografia fantástica, com tracking shots, perspectiva em 1ª pessoa, filmagem imersiva, rotação de câmera, forte utilização de espelhos, etc. e sempre com um ambiente europeu. Vou colocar algumas imagens com bom trabalho de câmera.
Perspectiva em 1ª pessoa.
Utilização de espelhos.
Encenação circular e rotação de câmera.
Sala autêntica de super computadores da IBM, com agradecimento nos créditos do filme.
Tracking shot, espelhos e utilização de locais genuínos como o Hotel Palácio em Versalhes, com agradecimento no final do filme.
Eu gostei bastante deste filme, e não sou o único, pois foi restaurado pela Criterion. Acho que mesmo a malta que gosta do karaté do Matrix, pode também gostar desta abordagem filosófica, uma coisa não invalida a outra...
O filme é também uma espécie de policial film noir com visual cyber punk, mas não é ao estilo do Blade Runner, aqui é mais ao estilo de mistério do Poirot.
Não me cabe a mim recomendar ou não o filme, porque os meus gostos em cinema são estranhos, e este filme é tão original, que não posso prever a reação das outras pessoas. Apenas posso dizer que adorei o filme.