Imortal / Immortel (ad vitam)
Título original: Immortel (ad vitam)
Título português (Portugal): Imortal
País(es) de origem: França, Itália, Reino Unido
Data de lançamento: 13 de Março de 2004 ("Brussels International Festival of Fantasy Films")
Realizador: Enki Bilal
Género(s): Animação, Ficção Científica
Duração: 103 min
IMDB / Wikipédia
Sinopse:
"Nova Iorque, 2095. Uma pirâmide flutua no céu de Manhattan, cidade habitada por mutantes, extraterrestres e humanos, reais ou sintéticos.
Horus, deus com cabeça de falcão, que apenas dispõe de sete dias para preservar a sua imortalidade, deixa a pirâmide e parte em busca de um corpo hospedeiro, que lhe servirá para fecundar uma mutante e para sobreviver através da descendência.
Encontra Nikopol, um dissidente que fugiu da prisão, e decide assumir a sua aparência para acasalar com Jill, uma mulher misteriosa, de lágrimas e cabelos azuis."
Trailer amador
Este montagem de cenas é muito bonita, ao som da música Beautiful Days da banda belga Venus, banda sonora oficial do filme.
Adaptação literária
Este filme é a adaptação literária livre da trilogia de banda desenhada, acerca do personagem Nikopol:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Nikopol_Trilogy
"The Nikopol Trilogy is a series of three science fiction graphic novels written in French by Yugoslavian born Enki Bilal between 1980 and 1992. The original French titles of the series are La Foire aux immortels (1980), La Femme piège (1986), and Froid Équateur (1992), which in 1995 were collected together in a single volume entitled Trilogie Nikopol.
The individual stories were translated into English and published by Humanoids Publishing under the titles Gods in Chaos, The Woman Trap, and Cold Equator.[1] In 1999, the trilogy was also published in English as a single volume, The Nikopol Trilogy.
The central plot of the trilogy, set in 2023 Paris, follows Alcide Nikopol who returns from a 30-year sentence spent orbiting the Earth under cryopreservation to find France under fascist rule following two nuclear wars."
Mini-documentário italiano de 4 minutos, que mostra vários desenhos de Bilal:
Comparação estética da mesma cena no filme e na banda desenhada:
Adaptação cinematográfica de B.D. pela própria mão do mestre criador em pessoa
Antes de mais agradeço ao Ricardo, amigo cinéfilo de infância que ia comigo ao cinema ver a estreia do Robocop 2, Terminator 2, Predador 2 e essas "porcarias" que nós gostávamos em putos, que quando me visita, traz um saco de plástico cheio de DVD's, e diz "Zé! Vê lá se gostas desta merda! É para ti, ofereço-te." Dentro de um desses sacos vinha a edição nacional deste Imortal, que contém dois excelentes documentários que valem a pena ver, e a qual estou a usar para criar screenshots. O gajo é coleccionador fanático e tem milhares de filmes.
Quando vi este filme pela primeira vez há 18 meses atrás (2012), não fiz muito caso dele, mas fiquei intrigado com a sensação "Dorothy! You're not in Kansas anymore...", pela originalidade, qualidade, maturidade e atitude de um filme francês que se está borrifando para as fórmulas repetitivas absurdas e morais doentias que afligem o formato comercial de Hollywood.
Recordo-me que de imediato fui ver os dois documentários que constam na edição nacional do DVD, dos quais gostei e cuja equipa assume ser um filme de animação de base, mas que é híbrido e também contém actores reais.
O que mais me aborreceu, na primeira visualização, foi o uso desnecessário de CGI e a mitologia do regresso à Terra dos deuses do antigo Egipto. Este problema não ocorre nos outros dois filmes anteriores de Enki Bilal, e por isso gostei mais deles.
Mas depois de conhecer todos os seus três filmes, já gostei mais deste Imortal na segunda vez que o vi.
Eu não gosto do uso desnecessário de CGI para uma pessoa, um avião, um automóvel ou um animal, por exemplo, e acho que o CGI só deve ser usado para efeitos especiais, de criaturas como um dinossauro extinto no Jurassic Park, ou objectos como uma nave espacial na série Battle Star Galactica.
No entanto quando estava a tirar os screenshots, reparei que uma imagem parada, não é assim tão diferente de um quadradinho da banda desenhada original do Enki Bilal, e possui o mesmo cuidado e qualidade de detalhes, como no exemplo seguinte:
Tenho de aceitar que o filme seja de animação, com bónus de alguns actores reais. No documentário até é explicado que o filme foi inicialmente pensado para ser todo ele de animação.
Existem alguns personagens com corpo de actor e cabeça de desenho animado, esses ainda escapam, pois têm qualidade semelhante ao "Final Fantasy: Spirits Within", mas depois existem outros personagens feitos por uma editora de jogos de computador francesa:
Apesar do CGI, a história é boa e bem contada. Julgo que o filme possui bastante qualidade, é bonito e possui personagens credíveis. Até o deus egípcio se comporta de forma credível e matura.
A combinação de animação com filme causa um pouco de confusão ao início, mas acaba por funcionar em trazer à vida o universo da banda desenhada de Enki Bilal. Um filme em que primeiro estranha-se e depois entranha-se. Gostei dele.
O Imortal não é um filme de acção, mas contém algumas cenas curtas e pontuais de acção para ambientar a história. Este filme difere bastante (para melhor) de certas modas de adaptar banda desenhada ao cinema para adolescente ver. Julgo que um adolescente típico iria odiar este filme, que não foi feito para maximizar audiências num concurso de popularidade e de lucros, pois não se pode agradar a gregos e troianos. Este filme foi criado pela própria mão do mestre desenhador, com o objectivo de maximizar a qualidade, com os recursos à disposição, e não foi feito para agradar às massas. Até porque as massas já têm a barriga cheia dentro da sua zona de conforto da fórmula previsível de Hollywood, enquanto um filme destes é raro e precioso...
O filme não será do agrado de todos, e a minha opinião também não...
Gostei mais dele, apenas depois de o rever após já ter visto o Bunker Palace Hotel e o Tykho Moon, que aconselho a verem primeiro.
Quanto à trilogia de banda desenhada em que o filme se baseia, gostava de a ler um dia...
Este filme acaba por ser uma simples história de amor, mas com contornos complicados estranhos, e inserida contra o pano de fundo da ditadura do futuro.
A minha classificação: 9/10
Título original: Immortel (ad vitam)
Título português (Portugal): Imortal
País(es) de origem: França, Itália, Reino Unido
Data de lançamento: 13 de Março de 2004 ("Brussels International Festival of Fantasy Films")
Realizador: Enki Bilal
Género(s): Animação, Ficção Científica
Duração: 103 min
IMDB / Wikipédia
Sinopse:
"Nova Iorque, 2095. Uma pirâmide flutua no céu de Manhattan, cidade habitada por mutantes, extraterrestres e humanos, reais ou sintéticos.
Horus, deus com cabeça de falcão, que apenas dispõe de sete dias para preservar a sua imortalidade, deixa a pirâmide e parte em busca de um corpo hospedeiro, que lhe servirá para fecundar uma mutante e para sobreviver através da descendência.
Encontra Nikopol, um dissidente que fugiu da prisão, e decide assumir a sua aparência para acasalar com Jill, uma mulher misteriosa, de lágrimas e cabelos azuis."
Trailer amador
Este montagem de cenas é muito bonita, ao som da música Beautiful Days da banda belga Venus, banda sonora oficial do filme.
Adaptação literária
Este filme é a adaptação literária livre da trilogia de banda desenhada, acerca do personagem Nikopol:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Nikopol_Trilogy
"The Nikopol Trilogy is a series of three science fiction graphic novels written in French by Yugoslavian born Enki Bilal between 1980 and 1992. The original French titles of the series are La Foire aux immortels (1980), La Femme piège (1986), and Froid Équateur (1992), which in 1995 were collected together in a single volume entitled Trilogie Nikopol.
The individual stories were translated into English and published by Humanoids Publishing under the titles Gods in Chaos, The Woman Trap, and Cold Equator.[1] In 1999, the trilogy was also published in English as a single volume, The Nikopol Trilogy.
The central plot of the trilogy, set in 2023 Paris, follows Alcide Nikopol who returns from a 30-year sentence spent orbiting the Earth under cryopreservation to find France under fascist rule following two nuclear wars."
Mini-documentário italiano de 4 minutos, que mostra vários desenhos de Bilal:
Comparação estética da mesma cena no filme e na banda desenhada:
Adaptação cinematográfica de B.D. pela própria mão do mestre criador em pessoa
Antes de mais agradeço ao Ricardo, amigo cinéfilo de infância que ia comigo ao cinema ver a estreia do Robocop 2, Terminator 2, Predador 2 e essas "porcarias" que nós gostávamos em putos, que quando me visita, traz um saco de plástico cheio de DVD's, e diz "Zé! Vê lá se gostas desta merda! É para ti, ofereço-te." Dentro de um desses sacos vinha a edição nacional deste Imortal, que contém dois excelentes documentários que valem a pena ver, e a qual estou a usar para criar screenshots. O gajo é coleccionador fanático e tem milhares de filmes.
Quando vi este filme pela primeira vez há 18 meses atrás (2012), não fiz muito caso dele, mas fiquei intrigado com a sensação "Dorothy! You're not in Kansas anymore...", pela originalidade, qualidade, maturidade e atitude de um filme francês que se está borrifando para as fórmulas repetitivas absurdas e morais doentias que afligem o formato comercial de Hollywood.
Recordo-me que de imediato fui ver os dois documentários que constam na edição nacional do DVD, dos quais gostei e cuja equipa assume ser um filme de animação de base, mas que é híbrido e também contém actores reais.
O que mais me aborreceu, na primeira visualização, foi o uso desnecessário de CGI e a mitologia do regresso à Terra dos deuses do antigo Egipto. Este problema não ocorre nos outros dois filmes anteriores de Enki Bilal, e por isso gostei mais deles.
Mas depois de conhecer todos os seus três filmes, já gostei mais deste Imortal na segunda vez que o vi.
Eu não gosto do uso desnecessário de CGI para uma pessoa, um avião, um automóvel ou um animal, por exemplo, e acho que o CGI só deve ser usado para efeitos especiais, de criaturas como um dinossauro extinto no Jurassic Park, ou objectos como uma nave espacial na série Battle Star Galactica.
No entanto quando estava a tirar os screenshots, reparei que uma imagem parada, não é assim tão diferente de um quadradinho da banda desenhada original do Enki Bilal, e possui o mesmo cuidado e qualidade de detalhes, como no exemplo seguinte:
Tenho de aceitar que o filme seja de animação, com bónus de alguns actores reais. No documentário até é explicado que o filme foi inicialmente pensado para ser todo ele de animação.
Existem alguns personagens com corpo de actor e cabeça de desenho animado, esses ainda escapam, pois têm qualidade semelhante ao "Final Fantasy: Spirits Within", mas depois existem outros personagens feitos por uma editora de jogos de computador francesa:
Apesar do CGI, a história é boa e bem contada. Julgo que o filme possui bastante qualidade, é bonito e possui personagens credíveis. Até o deus egípcio se comporta de forma credível e matura.
A combinação de animação com filme causa um pouco de confusão ao início, mas acaba por funcionar em trazer à vida o universo da banda desenhada de Enki Bilal. Um filme em que primeiro estranha-se e depois entranha-se. Gostei dele.
O Imortal não é um filme de acção, mas contém algumas cenas curtas e pontuais de acção para ambientar a história. Este filme difere bastante (para melhor) de certas modas de adaptar banda desenhada ao cinema para adolescente ver. Julgo que um adolescente típico iria odiar este filme, que não foi feito para maximizar audiências num concurso de popularidade e de lucros, pois não se pode agradar a gregos e troianos. Este filme foi criado pela própria mão do mestre desenhador, com o objectivo de maximizar a qualidade, com os recursos à disposição, e não foi feito para agradar às massas. Até porque as massas já têm a barriga cheia dentro da sua zona de conforto da fórmula previsível de Hollywood, enquanto um filme destes é raro e precioso...
O filme não será do agrado de todos, e a minha opinião também não...
Gostei mais dele, apenas depois de o rever após já ter visto o Bunker Palace Hotel e o Tykho Moon, que aconselho a verem primeiro.
Quanto à trilogia de banda desenhada em que o filme se baseia, gostava de a ler um dia...
Este filme acaba por ser uma simples história de amor, mas com contornos complicados estranhos, e inserida contra o pano de fundo da ditadura do futuro.
A minha classificação: 9/10
Última edição por Zé da Adega em Sáb Jun 10 2017, 21:34, editado 1 vez(es)