Tykho Moon
País de origem: França, Alemanha e Reino Unido
Título original: Tykho Moon
Título português: Tykho Moon
Data de lançamento: 28 de Novembro de 1996 (Alemanha)
Realizador: Enki Bilal
Género(s): Ficção Científica
Duração: 102 min
IMDB
Sinopse:
No que aparenta ser uma colónia lunar europeia do futuro, à imagem de uma Paris dividida com um Muro de Berlim, Tykho Moon é o nome do fugitivo procurado pela família de ditadores, que sofre de uma doença rara, e precisa de um transplante dos orgãos de Tykho Moon.
Excerto I - Controle policial no checkpoint do "muro parisiense":
Excerto II - Filmagem em túnel subterrâneo:
Prémios:
Brussels International Festival of Fantasy Film
1997 - Won Special Mention: Enki Bilal (For the film's artistic quality and visual concept.)
Curiosidades:
Crítica por João Miguel Fernandes, no magazine português Arte-factos (recomendada):
http://arte-factos.net/2011/10/17/tykho-moon-de-enki-bilal-1996/
Realizador e autor de banda desenhada Enki Bilal:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Enki_Bilal
Enki Bilal nasceu em 1951 em Belgrado, Jugoslávia. Mudou-se para Paris aos 9 anos de idade.
O seu primeiro filme Bunker Palace Hôtel foi precisamente filmado na sua cidade natal de Belgrado, numa produção francesa de 1989 em colaboração com a Jugoslávia, em plena guerra fria, que lida com uma crise numa Europa de Leste totalitária do futuro, em que a União Soviética nunca caíu.
O Tykho Moon é o seu segundo filme, e aqui é sugerido que o estado totalitário do futuro seja composto pelos países da Nato.
Ambos estes dois filmes são muito complexos e afastados da realidade, sem referência directa a nenhum país. Por exemplo no Bunker Palace Hôtel, os automóveis são de fabrico do bloco soviético, mas as matrículas usam um alfabeto imaginário, que por acaso se assemelha ao cirílico. Já neste Tykho Moon os automóveis são de fabrico francês, norte-americano e alemão, mas consistem de modelos antigos, que não fazem sentido no final do séc. XXI.
[size=85]Bunker Palace Hôtel (1989). Matrícula com alfabeto imaginário a "sugerir" a União Soviética do futuro.[/size]
[size=85]Tykho Moon (1996). Automóveis antigos do bloco da NATO, a "sugerir" um estado totalitário ocidental no futuro.[/size]
Trailer oficial (versão alemã), com banda sonora cantada pela Brigitte Bardot.
Opinião e crítica:
Uma obra muito difícil de analisar
O Enki Bilal apenas realizou três filmes mas cada um deles deixa-me nervoso, na altura de escrever uma crítica...
Dos três filmes do cineasta-desenhador, este foi o que mais me agradou de imediato, à primeira visualização, e é o que recomendo para verem primeiro.
Perante a crítica brilhante do João Miguel Fernandes no Arte-Factos, que indiquei na apresentação/ficha técnica, sinto-me envergonhado com o que eu possa escrever aqui sobre o filme...
Aquele texto foi escrito por um connoisseur do trabalho de banda desenhada do Enki Bilal, que me deixa a sentir ignorante...
Link: http://arte-factos.net/2011/10/17/tykho-moon-de-enki-bilal-1996/
Citando parte do fabuloso texto do João Fernandes (espero que ele não se importe):
"(...)Fortemente influenciado pelo cinema e banda desenhada franceses, Bilal esforça-se por misturar essa realidade com a do seu país natal, criando cidades devastadas e personagens similares a figuras de leste.
Enki Bilal faz banda desenhada para adultos, explorando estereótipos e metáforas adjacentes à sociedade francesa/jugoslava.
Tykho Moon é um dos seus poucos filmes, que explora mais uma vez o conceito das suas bandas desenhadas. Realizado e escrito pelo próprio(...)"
Quando escrevi a ficha técnica criei mais três pequenos vídeos, que ainda não mostrei. Nesta cena o protagonista leva a prostituta para a cabine de dança.
Este filme é muito difícil... da primeira vez que o vi julgava que a acção era passada na Paris do futuro, dividida ao meio com uma segunda cortina de ferro, com presença militar norte-americana e NATO na parte ocidental do muro de Paris, e com as potências da Ásia, Médio Oriente e Europa de Leste, no lado oriental do muro...
Mas afinal isto é uma colónia na Lua, para onde evacuaram os monumentos da Terra, perante a subida dos oceanos e alterações climáticas. No início do filme é dito que a acção se situa na Lua, mas eu julguei que apenas a elite estava sediada lá...
Na esperança de que o João Fernandes não se zangue comigo, vou voltar a citar parte da maravilhosa crítica dele, muito para além das minhas modestas capacidades intelectuais ou literárias:
"Enki Bilal é um dos melhores ilustradores do seu tempo, a sua ficção cientifica contemporânea torna-o um estilo critico da sociedade actual e da que está para vir, sendo capaz de perspectivar um futuro pouco sorridente, mas bastante provável. Tykho Moon é tal como as suas histórias, um conto politico que critica os sistemas totalitaristas e autoritários, destacando a simplicidade do ser humano nos seus personagens principais, ao mesmo tempo que combate um dos maiores males do homem: a ganância.
Tykho Moon é um filme que vale a pena ser visto, mesmo que não sejamos conhecedores da obra de Bilal. Não esperem contudo um filme simples, mas esperem um bom filme, difícil mas cheio de pormenores deliciosos."
O meu segundo clip mostra o controle policial médico, que se assemelha a algumas notícias chocantes do ano 2013 que chegam da terra das coca-colas (recolhas de sangue aos automobilistas, etc.).
Tykho Moon é um filme que pode parecer incompleto/insuficiente a nível de enredo e fórmula típica/habitual de narração de um filme ou história, e talvez o seja... mas se calhar até não o é, e pelo contrário, cabe ao espectador preencher o que não é dito e mostrado, conforme o prefira e entenda. O próprio Enki Bilal explicou em entrevista acerca da sua banda desenhada, que ele deixa questões e pormenores em aberto para o leitor "preencher os pontos, da forma que melhor entenda".
Estou indeciso entre a classificação de 9/10 e de 10/10, mas como estou desconfiado de que irei rever várias vezes este filme, que melhora com cada visualização, não arrisco e darei 10/10, pela complexidade, maturidade e originalidade.
Termino com o meu último clip, em estilo policial...
A minha classificação: 10/10
País de origem: França, Alemanha e Reino Unido
Título original: Tykho Moon
Título português: Tykho Moon
Data de lançamento: 28 de Novembro de 1996 (Alemanha)
Realizador: Enki Bilal
Género(s): Ficção Científica
Duração: 102 min
IMDB
Sinopse:
No que aparenta ser uma colónia lunar europeia do futuro, à imagem de uma Paris dividida com um Muro de Berlim, Tykho Moon é o nome do fugitivo procurado pela família de ditadores, que sofre de uma doença rara, e precisa de um transplante dos orgãos de Tykho Moon.
Excerto I - Controle policial no checkpoint do "muro parisiense":
Excerto II - Filmagem em túnel subterrâneo:
Prémios:
Brussels International Festival of Fantasy Film
1997 - Won Special Mention: Enki Bilal (For the film's artistic quality and visual concept.)
Curiosidades:
Crítica por João Miguel Fernandes, no magazine português Arte-factos (recomendada):
http://arte-factos.net/2011/10/17/tykho-moon-de-enki-bilal-1996/
Realizador e autor de banda desenhada Enki Bilal:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Enki_Bilal
Enki Bilal nasceu em 1951 em Belgrado, Jugoslávia. Mudou-se para Paris aos 9 anos de idade.
O seu primeiro filme Bunker Palace Hôtel foi precisamente filmado na sua cidade natal de Belgrado, numa produção francesa de 1989 em colaboração com a Jugoslávia, em plena guerra fria, que lida com uma crise numa Europa de Leste totalitária do futuro, em que a União Soviética nunca caíu.
O Tykho Moon é o seu segundo filme, e aqui é sugerido que o estado totalitário do futuro seja composto pelos países da Nato.
Ambos estes dois filmes são muito complexos e afastados da realidade, sem referência directa a nenhum país. Por exemplo no Bunker Palace Hôtel, os automóveis são de fabrico do bloco soviético, mas as matrículas usam um alfabeto imaginário, que por acaso se assemelha ao cirílico. Já neste Tykho Moon os automóveis são de fabrico francês, norte-americano e alemão, mas consistem de modelos antigos, que não fazem sentido no final do séc. XXI.
[size=85]Bunker Palace Hôtel (1989). Matrícula com alfabeto imaginário a "sugerir" a União Soviética do futuro.[/size]
[size=85]Tykho Moon (1996). Automóveis antigos do bloco da NATO, a "sugerir" um estado totalitário ocidental no futuro.[/size]
Trailer oficial (versão alemã), com banda sonora cantada pela Brigitte Bardot.
Opinião e crítica:
Uma obra muito difícil de analisar
O Enki Bilal apenas realizou três filmes mas cada um deles deixa-me nervoso, na altura de escrever uma crítica...
Dos três filmes do cineasta-desenhador, este foi o que mais me agradou de imediato, à primeira visualização, e é o que recomendo para verem primeiro.
Perante a crítica brilhante do João Miguel Fernandes no Arte-Factos, que indiquei na apresentação/ficha técnica, sinto-me envergonhado com o que eu possa escrever aqui sobre o filme...
Aquele texto foi escrito por um connoisseur do trabalho de banda desenhada do Enki Bilal, que me deixa a sentir ignorante...
Link: http://arte-factos.net/2011/10/17/tykho-moon-de-enki-bilal-1996/
Citando parte do fabuloso texto do João Fernandes (espero que ele não se importe):
"(...)Fortemente influenciado pelo cinema e banda desenhada franceses, Bilal esforça-se por misturar essa realidade com a do seu país natal, criando cidades devastadas e personagens similares a figuras de leste.
Enki Bilal faz banda desenhada para adultos, explorando estereótipos e metáforas adjacentes à sociedade francesa/jugoslava.
Tykho Moon é um dos seus poucos filmes, que explora mais uma vez o conceito das suas bandas desenhadas. Realizado e escrito pelo próprio(...)"
Quando escrevi a ficha técnica criei mais três pequenos vídeos, que ainda não mostrei. Nesta cena o protagonista leva a prostituta para a cabine de dança.
Este filme é muito difícil... da primeira vez que o vi julgava que a acção era passada na Paris do futuro, dividida ao meio com uma segunda cortina de ferro, com presença militar norte-americana e NATO na parte ocidental do muro de Paris, e com as potências da Ásia, Médio Oriente e Europa de Leste, no lado oriental do muro...
Mas afinal isto é uma colónia na Lua, para onde evacuaram os monumentos da Terra, perante a subida dos oceanos e alterações climáticas. No início do filme é dito que a acção se situa na Lua, mas eu julguei que apenas a elite estava sediada lá...
Na esperança de que o João Fernandes não se zangue comigo, vou voltar a citar parte da maravilhosa crítica dele, muito para além das minhas modestas capacidades intelectuais ou literárias:
"Enki Bilal é um dos melhores ilustradores do seu tempo, a sua ficção cientifica contemporânea torna-o um estilo critico da sociedade actual e da que está para vir, sendo capaz de perspectivar um futuro pouco sorridente, mas bastante provável. Tykho Moon é tal como as suas histórias, um conto politico que critica os sistemas totalitaristas e autoritários, destacando a simplicidade do ser humano nos seus personagens principais, ao mesmo tempo que combate um dos maiores males do homem: a ganância.
Tykho Moon é um filme que vale a pena ser visto, mesmo que não sejamos conhecedores da obra de Bilal. Não esperem contudo um filme simples, mas esperem um bom filme, difícil mas cheio de pormenores deliciosos."
O meu segundo clip mostra o controle policial médico, que se assemelha a algumas notícias chocantes do ano 2013 que chegam da terra das coca-colas (recolhas de sangue aos automobilistas, etc.).
Tykho Moon é um filme que pode parecer incompleto/insuficiente a nível de enredo e fórmula típica/habitual de narração de um filme ou história, e talvez o seja... mas se calhar até não o é, e pelo contrário, cabe ao espectador preencher o que não é dito e mostrado, conforme o prefira e entenda. O próprio Enki Bilal explicou em entrevista acerca da sua banda desenhada, que ele deixa questões e pormenores em aberto para o leitor "preencher os pontos, da forma que melhor entenda".
Estou indeciso entre a classificação de 9/10 e de 10/10, mas como estou desconfiado de que irei rever várias vezes este filme, que melhora com cada visualização, não arrisco e darei 10/10, pela complexidade, maturidade e originalidade.
Termino com o meu último clip, em estilo policial...
A minha classificação: 10/10