http://www.ionline.pt/mundo/turista-alemao-pode-ter-sido-comido-canibais-da-polinesia
Herman Melville, autor de "Moby Dick", visitou Nuku Hiva em 1842 e fugiu a sete pés. O escritor norte-americano acreditava que os locais da ilha na Polinésia Francesa o estavam a engordar para depois o servirem como prato principal de um grande banquete.
A ilha do Pacífico com apenas 2 mil habitantes tem um historial de canibalismo, mas pensava-se que isso fazia parte do passado. Afinal não é bem assim.
Stefan Ramin, um turista de 40 anos, desapareceu pouco depois de ter atracado o seu catamarã na ilha, a 16 de Setembro. Desde 2008 que o alemão dava a volta ao mundo de barco com a namorada, Heike Dorsch, de 37 anos. O casal registava a sua aventura num blogue (entretanto desactivado), mas esta não teve um final feliz.
Stefan decidiu contratar um guia local, Henri Haiti, e participar numa caça à cabra, uma tradição da ilha. Mais tarde o guia regressou sozinho e disse à namorada de Stefan que tinha havido um acidente. "Ele precisa de ajuda."
Quando Heike tentou chamar ajuda, o guia amarrou-a a uma árvore e violou-a. Horas mais tarde, a alemã terá conseguido escapar e alertar as autoridades, que iniciaram as buscas.
Na semana passada, uma equipa de 22 polícias encontrou cinzas num vale da ilha que indiciam o pior. Entre as brasas estavam ossos, incluindo um osso do maxilar, dentes e metal derretido. "É quase certo que os vestígios que encontrámos são os de Stefan Ramin", disse o francês Jose Thorel, responsável pelas buscas. Os investigadores acreditam que "um corpo humano foi cortado em pedaços e queimado". "As cinzas estavam espalhadas ao longo de vários metros quadrados. Havia uma prótese dentária artificial com metal derretido. Cheirava a carne queimada e à volta da lareira estavam roupas espalhadas."
Os primeiros testes indicam que existe uma correspondência positiva entre os arquivos dentais de Stefan e os dentes encontrados nas cinzas. No entanto, serão os testes de ADN – que podem demorar duas semanas – a ter a última palavra.
"Isto nunca tinha acontecido aqui antes, é a primeira vez, é horrível", declarou Deborah Kimitete, vice-presidente da Câmara de Nuku Kiva. O guia suspeito de canibalismo ainda não foi encontrado.