O Chequista*
Título original: Чекист
*Título português literal (não oficial): O Chequista
Título francês: Le Tchekiste
Data de lançamento: 1992 (Rússia)
Realizador: Aleksandr Rogozhkin
Género(s): Histórico/Drama
Duração: 91 min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0103949/
Wikipédia: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Chekist
Aviso! O trailer que se segue contém imagens impróprias, quer para menores de idade, quer para adultos impressionáveis!
Trailer (amador):
Sinopse:
Filme de choque, acerca de crimes contra a humanidade, cometidos pela polícia secreta, denominada de Checa (Cheka SNK RSFSR - Comissão Extraordinária russa de Combate à contra-revolução e Sabotagem), criada em 1917 por decreto de Lenine. O filme é baseado no livro de 1923, do escritor Vladimir Notch, e fez parte da selecção oficial do Festival de Cannes de 1992, na categoria não-competitiva "Un Certain Regard".
Opinião:
Brutalidade do realismo do cinema soviético...
Este filme foi lançado em 1992, apenas meses após a desintegração da União Soviética, ocorrida em Dezembro de 1991. Tecnicamente já não é um filme soviético, e talvez por ter sido lançado no caos subsequente, inclua o forte teor de nudez explícita e degradante, das vítimas fuziladas pelo regime instalado, imediatamente após a revolução russa de 1917. Até 1991 o cinema soviético estava sujeito ao "bom senso" da censura oficial do estado. A nudez explícita era autorizada, caso a caso, já desde o início da década de 1970, mas nestes moldes, custa-me a crer que o filme fosse autorizado no ano imediatamente anterior, antes do colapso do regime soviético.
Na imagem acima vemos o ecrã inicial do filme, já sem "URSS" e agora com "Federação Russa". Vemos também referencia aos estúdios Lenfilm, que têm protocolo com o You Tube, para transmissão gratuita de filmes em streaming, mas que por qualquer motivo não aparentam ser os actuais detentores de copyright deste filme. De acordo com o wikipédia o filme encontra-se fora de distribuição e não é comercializado. Os leitores do fórum, mesmo que queiram, não podem comprar este filme, apenas procurar uma versão online, por exemplo no You Tube.
Em toda a honestidade, esta não é nenhuma obra-prima ou sequer um grande filme, mas tem a particularidade de me ter deixado incomodado e mal disposto, não por alguma cena em particular, mas pelo conjunto e quantidade interminável de matanças, contra o muro de fuzilamento, e tantas pessoas a viver os últimos momentos de vida, muitas inocentes como na imagem da cima, em que a senhora foi fuzilada, apenas pelo grau de parentesco.
O próprio Festival de Cannes, inseriu este filme numa categoria incerta (um certo ponto de vista), reservada a cinema experimental. Para mim a categoria não é incerta, é um filme de genocídio/crimes contra a humanidade/crimes de guerra, tal como "A Lista de Schindler" ou o "Vem e Vê".
A riqueza do filme foi mesmo terem pisado o risco, e passarem dos limites, com o objectivo de deixar os espectadores emocionalmente incomodados e desgastados. Este filme seria e ainda é impensável na indústria de cinema norte-americana ou asiática. No cinema europeu é possível e tolerado, mas os exemplos europeus que me vêm à cabeça são filmes eróticos ou exploitation franceses, italianos, etc. dos anos 70. Com esta categoria e qualidade, não conheço mais nenhum filme assim polémico (experimental) histórico/dramático.
Mas não esperem a elegância e qualidade cinematográfica da "Lista de Schindler" (EUA) ou o "Vem e Vê" (URSS), este é um filme duro, nú e crú, de uma forma realística e ofensiva.
Irão ver uma mãe desesperada, que leva a filha jovem (irmã do preso), para se despir à frente do comandante da polícia, e sai do gabinete repetindo o nome do filho, deixando a filha nua, sozinha à frente do comandante. Cadáveres das vítimas fuzilados içados por uma corda, a encher transportes de camionetas de caixa aberta. Etc. Este filme não é aconselhável para toda a gente.
Título original: Чекист
*Título português literal (não oficial): O Chequista
Título francês: Le Tchekiste
Data de lançamento: 1992 (Rússia)
Realizador: Aleksandr Rogozhkin
Género(s): Histórico/Drama
Duração: 91 min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0103949/
Wikipédia: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Chekist
Aviso! O trailer que se segue contém imagens impróprias, quer para menores de idade, quer para adultos impressionáveis!
Trailer (amador):
- Spoiler:
Sinopse:
Filme de choque, acerca de crimes contra a humanidade, cometidos pela polícia secreta, denominada de Checa (Cheka SNK RSFSR - Comissão Extraordinária russa de Combate à contra-revolução e Sabotagem), criada em 1917 por decreto de Lenine. O filme é baseado no livro de 1923, do escritor Vladimir Notch, e fez parte da selecção oficial do Festival de Cannes de 1992, na categoria não-competitiva "Un Certain Regard".
Opinião:
Brutalidade do realismo do cinema soviético...
Este filme foi lançado em 1992, apenas meses após a desintegração da União Soviética, ocorrida em Dezembro de 1991. Tecnicamente já não é um filme soviético, e talvez por ter sido lançado no caos subsequente, inclua o forte teor de nudez explícita e degradante, das vítimas fuziladas pelo regime instalado, imediatamente após a revolução russa de 1917. Até 1991 o cinema soviético estava sujeito ao "bom senso" da censura oficial do estado. A nudez explícita era autorizada, caso a caso, já desde o início da década de 1970, mas nestes moldes, custa-me a crer que o filme fosse autorizado no ano imediatamente anterior, antes do colapso do regime soviético.
Na imagem acima vemos o ecrã inicial do filme, já sem "URSS" e agora com "Federação Russa". Vemos também referencia aos estúdios Lenfilm, que têm protocolo com o You Tube, para transmissão gratuita de filmes em streaming, mas que por qualquer motivo não aparentam ser os actuais detentores de copyright deste filme. De acordo com o wikipédia o filme encontra-se fora de distribuição e não é comercializado. Os leitores do fórum, mesmo que queiram, não podem comprar este filme, apenas procurar uma versão online, por exemplo no You Tube.
Em toda a honestidade, esta não é nenhuma obra-prima ou sequer um grande filme, mas tem a particularidade de me ter deixado incomodado e mal disposto, não por alguma cena em particular, mas pelo conjunto e quantidade interminável de matanças, contra o muro de fuzilamento, e tantas pessoas a viver os últimos momentos de vida, muitas inocentes como na imagem da cima, em que a senhora foi fuzilada, apenas pelo grau de parentesco.
O próprio Festival de Cannes, inseriu este filme numa categoria incerta (um certo ponto de vista), reservada a cinema experimental. Para mim a categoria não é incerta, é um filme de genocídio/crimes contra a humanidade/crimes de guerra, tal como "A Lista de Schindler" ou o "Vem e Vê".
A riqueza do filme foi mesmo terem pisado o risco, e passarem dos limites, com o objectivo de deixar os espectadores emocionalmente incomodados e desgastados. Este filme seria e ainda é impensável na indústria de cinema norte-americana ou asiática. No cinema europeu é possível e tolerado, mas os exemplos europeus que me vêm à cabeça são filmes eróticos ou exploitation franceses, italianos, etc. dos anos 70. Com esta categoria e qualidade, não conheço mais nenhum filme assim polémico (experimental) histórico/dramático.
Mas não esperem a elegância e qualidade cinematográfica da "Lista de Schindler" (EUA) ou o "Vem e Vê" (URSS), este é um filme duro, nú e crú, de uma forma realística e ofensiva.
Irão ver uma mãe desesperada, que leva a filha jovem (irmã do preso), para se despir à frente do comandante da polícia, e sai do gabinete repetindo o nome do filho, deixando a filha nua, sozinha à frente do comandante. Cadáveres das vítimas fuzilados içados por uma corda, a encher transportes de camionetas de caixa aberta. Etc. Este filme não é aconselhável para toda a gente.