Embora tenha andado muitos meses à procura da edição nacional deste filme, este foi dos tais que decidi comprar um bocado por impulso, por pressentimento... e pelo prazer da "caça", pois sabia que era muito difícil de conseguir arranjar.
Esta sensação de que seria um filme de que eu ia gostar muito, sucedeu-me também com o filme A Sound of Thunder (2005) - Peter Hyamns, com o Impostor (2001) - Gary Fleder, com o Ginger Snaps (2000) - John Fawcett, com o Riding the Bullet (2004) - Mick Garris, com o Screamers (1995) - Christian Duguay, ou com o Soldier (1998) - Paul W. S. Anderson, entre muitos outros.
São para mim filmes de que gosto imenso e que já vi muitas vezes, mas que sempre achei que são pouco conhecidos e algo subvalorizados, por serem considerados um pouco série B e por não terem tido se calhar a publicidade que mereciam. OK... até são série B, na minha opinião, e não são de certeza filmes para toda a gente... mas eu adoro este tipo de filmes!
Penso que se já viram e gostaram dos filmes que referi, ou de alguns deles, quase de certeza que vão gostar também da May, e claro que o inverso também. Se não viram ainda, vejam e já agora dêm uma espreitadela aos filmes que referi. Uns são ficção-científica, outros são de Terror, mas todos têm a particularidade de não serem muito conhecidos e de partilharem um certo toque em termos de sensibilidade, algo de estranho, de alternativo, de que gostamos muito aqui em casa.
A May é uma miúda que teve uma infância problemática, e que tem um crescimento marcado por problemas de socialização óbvios, tendo focado o seu afecto numa boneca que já tinha sido da mãe e que é sua amiga e confidente. Após algumas tentativas de relacionamento não muito bem sucedidas, o seu estado mental vai-se deteriorando progressivamente, até resolver que irá ter o seu amigo perfeito... de um modo ou de outro!
O filme é de terror, mas não vive de todo nem de gritos, nem de sangue. De gore, não tem quase nada. Mas o ambiente de estranheza, bem acompanhado em termos musicais, consegue ser muito envolvente, cativante até. É um filme simples (no bom sentido),mas que tem um encanto muito próprio. E é um filme intimista, que nos faz (pelo menos a mim fez-me) sentir realmente afecto e simpatia pela May, muito bem interpretada pela Angela Bettis, que já entrou em séries e filmes que conhecemos bem, como , entre outros, o House, Dexter, CSI, Masters of Horror, Toolbox Murders, Girl Interrupted, e o The Woods - também do Lucky McKee. Um muito bom desempenho da Angela Bettis, que tem mesmo na vida real um ar um pouco diferente.
Entre outros actores, podemos encontrar uma cara muito conhecida, a Anna Faris, que pessoalmente sempre achei uma actriz muito bonita e sexy (embora goste muito mais dela morena), e que é uma das actrizes principais dos filmes todos Scary Movie... mas que também entrou, entre outros, no Lost in Translation, na série Friends, no Brokeback Mountain, e no, mais recente, Dictator.
Se gostam de filmes de terror simples e estranhos, que não vivem de lugares comuns ligados a sustos, gritos, sangue às catadupas, penso que vão gostar deste. É um filme de terror de uma sensibilidade bastante elegante, que chega a ser tocante.