sr_dr_silva escreveu:é realmente um grande filme... já me perguntei 500 vezes porque raio em portugal nao se fazem filmes assim... aquilo não tem nada de mais em termos de efeitos, é básico em termos cinematograficos...mas realmente em portugal nao ha ninguem que consiga fazer algo do genero... pena!!!
simples!
1º em portugal ainda se produz cinema "independente" financiado pelo estado e continua o culto de que sem muito dinheiro não se faz cinema. actualmente, em portugal, qualquer primeiro filme "independente" de um desconhecido com financiamento, é mais caro que em qualquer outra parte do mundo e sem retorno de responsabilidade. o que proporciona que apareçam ibecilidades ás resmas como a "branca de neve". este esquema anula ao "artista" necessidade de conquistar publico e a responsabilidade profissinal, até porque mesmo que ninguém veja ou compre o filme, quem paga é o contribuinte.
2º as produções de investimento privado, tipo sic e companhia, são pensadas para distribuir lucros pelos palermas todos da tv, teatro, familia e amigos. estoiram o guito todo, numa carrada de actores de merda, e depois não sobra para o importante. então acontecem coisas espectaculares, como por exemplo o "Amalia" que custou o dobro do "Cidade de Deus" para pagar a 1/5 dos actores, no entanto, sabemos perfeitamente, que nem daqui a 100 anos o "Amalia" rendeu o que rendeu o "Cidade de Deus" na primeira semana.
3º os "grandes" directores portugueses que fazem sucesso, normalmente acabam por provar que são um bocado cabrões e demoram a morrer. o Manoel de Oliveira, apesar de ser uma figura simpatica, mamou imenso guito para realizar cerca de 50 filmes, é sem duvida um caso de sucesso como director, apesar de nunca ter tido um sucesso de bilheteiras conseguiu reconhecimento em alguns festivais internacionais por grande parte da sua obra. no entanto, em 100 anos produziu menos de 10 filmes e... ups... eram todos realizados por ele, logo: "obrigadinho pelo teu sucesso, pá! és um gajo porreiro".
isto no meu ponto de vista resume-se a 1º preguiça e melancolia, 2º avareza e luxúria 3º gula, orgulho e vaidade.
ao contrario de muitos ditos, "lá fora" começa-se com mais vontade que financiamentos (irmãos cohen, sam raimi, george lucas, peter jackson, etc etc, vocês sabem de quem falo). no caso especifico de espanha, o alejandro amenabar, jaume balguero, alex de la iglesia, entre outros menos mediaticos, arrancaram com curtas entre amigos e passaram a projectos independentes normalmente patrocinados, mesmo o dinheiro conseguido de estado é só parcial e estes realizadores necessitam de conseguir o minimo de sucesso comercial para garantir um proximo financiamento. há responsabilidade. outra coisa que penso que foi lá muito importante foi o "empurrão" que o pedro almodovar deu ao alex de la iglesia em 93 ao produzir o acion mutante. isto fez arrancar logo equipas novas em espanha a trabalhar em efeitos especiais, o que levou a permitir novos realizadores a arrojarem um pouco mais, e não demorou muito para fazer com que um brian yuzna visse em espanha um novo negocio e abriu a fantastic factory que ao lado da filmax tem ajudado imenso no cinema fantástico espanhol. é uma especie de reacção em cadea natural que aqui nunca aconteceu.
bem... espero ter conseguido explicar. agora vou mas é dormir
P.S. ah! considero o [rec] excelente, um dos melhores filmes de horror dos ultimos anos, e acho que vou mesmo comprar esta edição. já foi util o forum